Odair, o amaldiçoado

Com a pele cortada por lençóis de seda e alimentado por um banquete invejável duas vezes ao dia, Odair desfrutava de uma paz que jamais almejou. Perdido dentro do próprio labirinto, esfregava as mãos sobre a cabeça em busca de alguma manifestação inexplicável que desse qualquer sinal de vida dentro da vida.

Há 30 anos passando os dias sentado na beira da cama, com barba feita e cabelos escovados pelo incansável Paulo Roberto, Odair era vítima de uma maldição pronunciada por uma velha feiticeira que murmurou míseras três palavras num acostamento da Régis Bittencourt: você irá viver.

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